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2012 - Livro Vermelho 2013

Mitracarpus baturitensis Sucre LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 08-06-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie herbácea rupícola com ampla distribuição no cerrado do Brasil. Frequentemente coletada e é conhecida de diversas unidades de conservação

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Mitracarpus baturitensis Sucre;

Família: Rubiaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Rodriguésia 26(38): 255. 1971. Caracteriza-se pelos caules de ramificação oposta, corola glabraexternamente e sementes com depressão cruciforme dorsal (Souza et al., 2010).

Distribuição

Espécie ocorre nos estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso e Goiás (Souza, 2012); entre 40-1000m de altitude (Souza et al., 2010).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas, eretas, heliófitas (Souza et al., 2010).

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Mais de25 milhões de pessoas, aproximadamente 15% da população do Brasil, vivem naCaatinga.A população rural é extremamente pobre e os longos períodos de seca diminuemainda mais a produtividade da região, aumentando o sofrimento da população. A atividade humana não sustentável, como aagricultura de corte e queima que converte, anualmente, remanescentes devegetação em culturas de ciclo curto, além do corte de madeira para lenha, da caça deanimais e da contínua remoção da vegetação para a criação de bovinos e caprinos que tem levado ao empobrecimento ambiental, em larga escala, da Caatinga. Osbovinos e caprinos foram introduzidos pelos europeus no início do século XVI erapidamente devastaram a vegetação da Caatinga, não adaptada à pastagemintensiva. O número estimado de cabeças desses animais,atualmente, é de mais de 10 milhões e já sãoreconhecidos núcleos de desertificação associados ao sobrepastejo e,principalmente, ao pisoteio dos mesmos. Desde o início dacolonização européia, as áreas de solos mais produtivos também foramconvertidas em pastagens e culturas agrícolas. As florestas de galeria foramlargamente substituídas por formações abertas nos últimos 500 anos, afetando oregime de chuvas local e regional e levando ao assoreamento de córregos e atémesmo de grandes rios. Rios anteriormentenavegáveis, que permitiam o transporte de animais e madeira do interior dopaís, estão, agora, sazonalmente secos. Por fim, as técnicas de irrigaçãodesenvolvidas nas últimas décadas para a fruticultura e plantações de soja têmacelerado o processo de desertificação. Todos esses usos inapropriados do solotêm causado sérios danos ambientais p. ex., a desertificação já atinge 15% daárea da região e ameaçado a biodiversidade da Caatinga (Leal et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Observações: Aespécie consta no anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de2008 (MMA, 2008) sendo considerada uma espécie com Dados Deficientes (DD) paraa avaliação de risco de extinção.

4.4.3 Management
Observações: Ocorre em Unidades de Conservação: Parque Nacional do Gama, Parque Nacional de Brasília, Reserva Ecológica do IBGE, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (CNCFlora, 2012).

Referências

- SOUZA, E.B.; CABRAL, E.L.; ZAPPI, D.C. Revisão de Mitracarpus (Rubiaceae - Spermacoceae) para o Brasil., Rodriguésia, Rio de Janeiro, v.61, p.319-352, 2010.

- SOUZA, E.B. Mitracarpus baturitensis in Mitracarpus (Rubiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB038964>.

- LEAL, I.R.; SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M.; LACHER JR., T.E. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil., Megadiversidade, p.139-146, 2005.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

Como citar

CNCFlora. Mitracarpus baturitensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Mitracarpus baturitensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 08/06/2012 - 19:18:38